Preparar a companhia para possíveis falhas de sistemas deve estar entre as prioridades do negócio. Entenda o porquê.
De acordo com a pesquisa anual “State of Preparedness” realizada em 2021 pelo Disaster Recovery Journal, apenas 38% das organizações em diferentes setores sentiram que estavam “muito bem preparadas” para um desastre ou falha de seus sistemas e serviços de TI. Claramente, os outros 62% ainda não veem com preocupação o risco de que aconteça o pior na sua infraestrutura de TI.
As tecnologias estão cada vez mais autônomas, porém, ainda que minimamente, necessitam da interação humana. E este é, senão o principal, um dos maiores fatores causadores de desastres nas organizações. Desde o cometimento de erros no ambiente de TI, por falta da habilidade, conhecimento ou mesmo pela tomada de decisões equivocadas até a falta de manutenções preventivas, por exemplo. Podemos citar também fatores alheios ao seres humanos, como desastres gerados por problemas ambientais físicos, como falta de abastecimento de energia, falha de refrigeração, falhas relacionadas a hardwares, softwares, entre várias outras. Por fim, desastres ocasionados por crimes cibernéticos, malwares e exploração de vulnerabilidades de softwares. Todos, sem exceção, são completamente imprevisíveis e inevitáveis, podendo causar todos os tipos de danos, a menos que um plano sólido de recuperação de desastres tenha sido criado.
Há, porém, boas notícias. A mesma pesquisa indica que, para a maioria das empresas, melhorar a recuperação de desastres se tornou sua “prioridade máxima”. E desde a primeira pesquisa em 2008, a adoção de tecnologias avançadas necessárias para manter os serviços e negócio das organizações aumentou dramaticamente.
O que é um plano de recuperação de desastres?
Um plano de recuperação de desastres (DRP) é uma abordagem documentada e estruturada que descreve como uma organização deve atuar, seja em um incidente ou evento não esperado que cause a interrupção de sistemas e serviços essenciais, ou mesmo em uma eventual perda substancial de dados, para restaurar sua funcionalidade, mesmo que níveis mínimos.
O plano de DRP é parte essencial do Plano de Continuidade de Negócios (BCP) das organizações, aplicado a todos os aspectos que dependem, ou não, de uma infraestrutura de tecnologia da informação (TI) extremamente funcional. Um plano de DRP ajuda as organizações a minimizar os efeitos de um desastre para que continuem operando ou retomem rapidamente as funções de missão crítica. Normalmente, um DRP envolve uma análise dos processos de negócios e necessidades de continuidade. Antes de gerar um plano detalhado, uma organização normalmente realiza uma análise de impacto nos negócios (BIA) e uma análise de risco (RA) e estabelece objetivos de recuperação.
Um DRP visa colocar sua empresa em funcionamento o mais rápido possível durante um desastre ou violação de dados.
Quando ocorre um desastre, a estratégia de recuperação deve começar no nível de negócios para determinar quais aplicativos são mais importantes para a execução da organização.
Com um plano eficaz de recuperação de desastres, bem como através da realização de testes e simulações regulares, se tornará cada vez menos provável que as organizações gerem impacto no negócio, consequentemente nas suas receitas. Além disso, o DRP dá a visibilidade real do tempo em que os sistemas / serviços críticos podem ficar inativos até que as operações normais sejam retomadas. O plano de recuperação de desastres determinará como a organização deve responder a um incidente.
Quais os principais tipos de desastres para os quais as organizações podem se preparar?
À medida que os crimes cibernéticos e as violações de segurança se tornam mais sofisticados, é importante que uma organização defina suas estratégias de recuperação e proteção de dados. A capacidade de lidar rapidamente com incidentes pode reduzir o tempo de inatividade e minimizar os danos financeiros e de reputação.
Alguns tipos de desastres que as organizações podem planejar incluem o seguinte:
- Falhas de sistemas e aplicações;
- Falhas de equipamentos / hardware (servidores, storages, etc.);
- Falhas de conectividade (links internet, LAN-to-LAN, conexões VPN, etc.);
- Falhas massivas nos ambientes de TI dos provedores de serviços;
- Falhas em componentes do Data Center de hospedagem dos equipamentos da organização (principalmente interrupções de fornecimento de energia);
- Falhas ocasionadas por desastres naturais (alagamentos, incêndios, tempestades, etc.);
- Falhas ocasionadas por ataques cibernéticos, infecção de malwares, entre outros;
- Reivindicações municipais, regionais, nacionais e multinacionais.
Por que um plano de recuperação de desastres é importante?
Sempre que um desastre atinge uma organização, as equipes podem dispensar horas, e até mesmo dias, para consertar os danos causados, enquanto os gestores lidam com todo o desgaste gerado com todas as áreas que dependem do ambiente de TI, seus donos e acionistas, mas principalmente em relação a confiança do cliente.
Você não acha que é um esforço longo e caro?
Claro que é!
As 4 principais vantagens do plano de recuperação de desastres:
- Mapear com muito mais precisão o impacto da parada de cada componente da infraestrutura nos negócios, bem como a relação deles com demais componentes que eventualmente continuem operando;
- Mapear com muito mais precisão o impacto da parada de cada componente da infraestrutura nos negócios, bem como a relação deles com demais componentes que eventualmente continuem operando e o tempo para a sua respectiva recuperação;
- Gerar informações de como estruturar de melhor maneira os componentes existentes, seja através de novas aquisições, modernizações, mudanças de forma geral na estrutura atual dos serviços, entre outros;
- Identificar dependências do ambiente de TI relacionada a pessoas. Um exemplo muito comum é a falta de documentação e o conhecimento restrito a apenas uma pessoa;
- Mapear pontos únicos de falha torne o ambiente de TI vulnerável a um incidente, vindo a gerar um desastre;
Plano de Recuperação de Desastres e Plano de Continuidade de Negócios: eles estão correlacionados?
A continuidade dos negócios se refere a como um negócio continua a operar em caso de interrupções nos seus serviços críticos, porém é muito mais abrangente, e não apenas aos ambientes de TI das organizações. Por outro lado, um DRP trata da restauração de operações críticas após um desastre. Pode-se dizer que um DRP é mais focado e uma parte específica de um plano de continuidade de negócios (BCP).
Dica: é mais eficaz desenvolver um plano de recuperação de desastres de tecnologia da informação (TI) em conjunto com o plano de continuidade de negócios (BCP).
Quem prepara o plano de recuperação de desastres?
Quer você mantenha seu plano de recuperação de desastres internamente ou terceirizado para um provedor de serviços gerenciados, ou use um modelo de plano de recuperação de desastres, o documento deve conter informações completas, precisas e atualizadas sobre as atividades de TI de sua empresa.
Geralmente os responsáveis por definir, implementar, testar e manter o plano de recuperação de desastres atualizado são os gestores de todas as áreas envolvidas na operação dos sistemas críticos das organizações, sejam elas a TI, o RH, a Segurança da Informação, etc., todas de forma coletiva.
De que maneiras específicas os planos de recuperação de desastres podem ser testados?
As empresas devem testar regularmente seu plano de recuperação de desastres para garantir que estejam bem-preparadas para lidar com qualquer evento que possa interromper seus processos vitais de negócios. O intervalo dos testes deve ser estabelecido de acordo com o nível de alterações que são executados nos ambientes de TI, ou ainda de acordo com a quantidade de eventos com potencial risco gerados pelos ambientes. Há organizações que testam a cada 6 meses, outras a cada 12 meses, enquanto outras testam de forma segregada (ex. ambiente de bancos de dados, ambiente de front-end, backoffice, etc.), em períodos diferentes. Mas tão importante quanto os testes é a revisão e atualização do DRP, de forma que sempre que houver alguma atualização, renovação de infraestrutura, de processos, etc., o plano também seja atualizado.
- Revisão de DRP: é conduzida pela equipe que desenvolveu o plano e envolve os membros da equipe lendo todo o plano de DRP.
- Método Checklist: garante que todos os elementos necessários para a recuperação de desastres sejam levados em consideração, facilitando assim a consistência.
- Passo a passo estruturado: como o nome sugere, permite percorrer os procedimentos de recuperação propostos de forma estruturada para identificar vulnerabilidades.
- Teste de simulação: aqui um desastre é simulado e, em seguida, a equipe deve responder ao desastre conforme indicado pelo DRP para garantir a eficácia do DRP.
- Processamento paralelo: isso, normalmente, envolve a recuperação de componentes críticos de processamento para outra instalação de computação, seguida pela restauração de dados de um backup anterior.
Por que investir em um plano de recuperação de desastres?
Para evitar impactar sua receita – as empresas estão cada vez mais dependentes de seus ambientes de TI. Qualquer interrupção na disponibilidade dessa infraestrutura se traduz em perda direta ou indireta de receita.
Para manter a satisfação do cliente – reconquistar clientes e restabelecer a confiança com eles após um desastre é muito difícil. Investir em um plano de recuperação de desastres de forma prévia é muito mais fácil.
Para construir confiança entre os parceiros e a cadeia de fornecedores – ter um plano de recuperação de desastres bem definido ajuda a criar confiança na rede de parceiros e fornecedores.
Porque as máquinas, mas principalmente as pessoas, não são infalíveis – a infraestrutura de TI melhorou significativamente em termos de resiliência, mas os elos fracos persistem. Ter um plano de recuperação de desastres é inestimável quando esses imprevistos ocorrem.
Plano de recuperação de desastres | Teccloud
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Um plano de recuperação de desastres bem pensado e meticulosamente projetado é uma parte essencial de seu plano geral de continuidade de negócios.
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